Fonte da imagem:
http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/b/b7/Sao_vito2.JPG
VOCÊ SABIA???
Em Campinas, um jovem de 18 anos morreu depois de cair do alto de um
prédio que estava pichando e bater a cabeça. Em outro caso, um guarda
noturno de Belo Horizonte matou a tiros um pichador que se preparava
para escrever em uma fachada. A sociedade derrama poucas lágrimas por
esses mortos.
Entretanto, em uma reviravolta que chocaria muitos paulistanos e
mesmo alguns pichadores, o mundo da arte internacional está começando a
adotar a prática. Uma das gangues foi até convidada para participar da
Bienal de Arte Contemporânea de Berlim.
Para Luiz Henrique do Vale Salles, 40 anos, isso já é demais. Hoje
lavador de carros, ele ganhava cerca de vinte dólares por dia para
limpar muros pichados, e disse que os vândalos voltavam a sujar prédios
que ele acabara de limpar. Ele detestava o emprego.
— Eu tinha que limpar a sujeira que eles deixavam — afirmou, — E me sentia muito mal com isso.
(Fonte: http://zerohora.clicrbs.com.br/rs/mundo/noticia/2012/02/tinta-preta-nas-maos-pichadores-desafiam-o-sistema-em-sao-paulo-3660810.html)
SAIBA MAIS:
Prédio de Campinas faz apelo social a pichadores (Fonte: http://www.rac.com.br/noticias/campinas-e-rmc/86047/2011/06/04/predio-de-campinas-faz-apelo-social-a-pichadores.html)
A cada mês que o edifício Campos Salles permanecer limpo, o
condomínio doará uma cesta básica a uma instituição beneficente
Ana Maria Castro, diretora da Contec: exemplo que deu certo
(Foto: Érica Dezonne/AAN)
Um apelo à sensibilidade dos pichadores foi a alternativa
encontrada por moradores de um prédio de Campinas para tentar coibir a
ação de vândalos no edifício. Uma placa endereçado ao “Sr. Pichador”
informa que, a cada mês que o edifício Campos Salles permanecer limpo, o
condomínio doará uma cesta básica a uma instituição beneficente.
O aviso foi colocado no último sábado. Localizado na esquina das
avenidas Senador Saraiva e Campos Salles, no Centro da cidade, a
administração estima que gasta cerca de R$ 600,00 toda vez que precisa
limpar a fachada.
O subsíndico do prédio, Geraldo Antônio Lima, teme que o apelo não surta
efeito. “Já fiquei sabendo de outros locais que colocaram mensagens
parecidas e mesmo assim não respeitaram. Vamos ver como vai ser”,
disse.
Ele afirma que o prédio chegou a ficar três anos sem ser pichado, mas um
desentendimento entre moradores acabou obrigando à colocação do aviso.
“Não registramos nenhuma ocorrência porque a fachada estava grafitada
com mensagens de campanhas educativas. Mas alguns moradores começaram a
reclamar que o grafite poderia desvalorizar os imóveis, então, tivemos
que optar pela placa”, disse.
Geraldo conta que o edifício já chegou a ser invadido por pichadores.
Eles foram flagrados com latas de spray nas mãos por um morador de um
prédio em frente, que conseguiu chamar a polícia a tempo. “Na época,
chegaram a pegar as pessoas e descobrimos que eles entraram pelo portão
principal do prédio. Por incrível que pareça, depois descobrimos que foi
um ex-morador, inclusive, quem deu a eles a chave da entrada”, disse.
Um exemplo de placa dirigida a pichadores em Campinas que pode ser
considerada bem-sucedida está na Avenida Sales de Oliveira, na Vila
Industrial. Há cerca de sete meses, a diretora do Centro de Treinamento
(Contec), Ana Maria Castro, decidiu colocar um aviso que informa que, a
cada mês que a fachada da empresa não for danificada, o valor será
revertido para uma instituição de caridade.
“Nossa sede ficava em outro endereço e, lá, quando não tínhamos a placa,
sofríamos muito com a pichação. Agora, podemos ajudar uma instituição e
conseguimos preservar a sede da empresa”, afirmou.
O oficial da Polícia Militar (PM) responsável pela coordenação do
patrulhamento na região central de Campinas, major Marci Elber Maciel
Rezende da Silva, disse que a PM atua nesse tipo de caso mediante
denúncia ou nos casos de flagrantes testemunhados pelos policiais.
O major recomenda que, sempre que o morador conseguir chamar a polícia a
tempo, a vítima deve acionar o pichador na Justiça. “A medida mais
eficiente é mexer no bolso dessas pessoas”, afirmou.
Pela legislação brasileira, a pichação é considerada crime ambiental,
com pena de detenção de três meses a um ano. Se o ato for realizado em
monumento ou bem tombado em virtude de seu valor artístico, arqueológico
ou histórico, a pena varia de seis meses a um ano de detenção e multa.
Leiam também uma carta de um leitor ao jornal do site abaixo:
http://www.vitruvius.com.br/jornal/emaildoleitor/read/253
Após recebeu o agradecimento de sua mensagem, pois ela os permitiu reiterar
as reais motivações da entrevista, que não é, evidentemente, a de
suscitar polêmica. Por Abilio Guerra, editor Vitruvius.
"Bom dia.
Sempre entendi o Vitruvius como uma espécie de virtuose
dos assuntos ligados à arquitetura e arte, sendo leitura certa a quem
quer se manter atualizado neste meio.
Sem querer parecer o 'eco-chato' de plantão, preciso dar
minha impressão sobre a matéria do editor Abilio Guerra sobre o Cripta
Djan Ivson, pichador paulista (LASSALA, Gustavo; GUERRA, Abilio. Cripta
Djan Ivson, profissão pichador Pixar é crime num país onde roubar é
arte”.
Entrevista, São Paulo, 11.049.04, Vitruvius, mar. 2012 <
www.vitruvius.com.br/revistas/read/entrevista/11.049/4281>).
Sei que a arte se traveste de diversos meios, e surge
até de onde menos se espera, porém dar ênfase ou exposição com esse ar
de valorização que percebi na matéria a um tema criminoso é circular por
terreno pantanoso.
Não gostaria de ferir preferências ou gostos daqueles
mais liberais com minha opinião, mas acredito que uma grande parte dos
leitores seus sentiram um frio na barriga com a matéria.
A pichação é um crime, e quem realmente gosta de
arquitetura não se sente bem ao ver nossos monumentos, edifícios e
símbolos arquitetônicos encobertos por mantos de pretensa apropriação de
malandros, além da evidente feiúra que resulta desse 'trabalho'.
Vamos separar, para o bom entendimento, pichação de
grafite. O grafite não é – em grande parte – deplorável. É, inclusive,
consentido na maioria das vezes. Até valoriza cenas urbanas
eventualmente apáticas.
Pichação não tem apelo estético, é agressiva e autoritária. Não tem a minha aprovação, absolutamente.
Se a intenção da matéria foi suscitar polêmica,
provavelmente ela o conseguiu. Ao menos a manifestação deste seu leitor
assíduo ela obteve. Pena que negativa.
Um abraço"